Brâmane

Se um falso adágio lancinante
Me fura o peito descoberto,
Pois cante um timbre sibilante,
Que o meu peito é de ferro.

Em não deixando nem um risco,
Eu lutarei contra quem fores,
Ereto como um obelisco
Ante os meus detratores.

Se queres arrancar-me tudo,
Pois eu não cederei em nada.
Dentro do peito, meu escudo,
Jaz a voz, minha espada.

Mais forte do que toda a xátria,
A minha espada a tudo encerra,
Como se — ao defender a pátria —
Já terminasse a guerra.

Se um falso adágio lancinante
Me fura o peito descoberto,
Pois cante um timbre sibilante,
Que o meu peito é de ferro.