Bávaras gentianas [tradução]
D.H. Lawrence
Não é qualquer um que tem gentianas em casa
Num Setembro leve, numa lenta ceia triste de São Miguel.
Bávaras gentianas, vastas e negras, só o escuro
Escurecendo o dia como tocha em bruma azul dum lume de Plutão.
Nervurado e como tocha, com seu fulgor de ampla escuridão azul
Com listras chatas, chatas sob o sopro do dia branco
tocha-flor de escuridão em bruma azul, torpor azul escuro de Plutão.
Lâmpadas negras dos clautros de Dis, crepitando azul escuro,
Emanam escuridão, escuridão azul, conforme as pálidas lâmpadas de Deméter emanam luz
Então me leva, mostra-me o caminho
Alcança-me a gentiana, dá-me a tocha!
Deixa-me guiar-me eu mesmo com o azul, tridentada tocha em flor.
Abaixo me aprofundo no degrau mais escuro a cada passo, onde o azul enegrece no azul.
Aonde até Perséfone vai, agora, desde o Setembro frio
até o reino cego onde a escuridão desperta nas trevas
E a própria Perséfone é mera voz
Ou uma escuridão invisível envolvida numa escuridão mais profunda
nos braços de Plutão, e perfurada com a paixão de um denso lume,
Entre o esplendor de tochas de escuridão, banhando escuridão na noiva perdida e seu noivo.
01 Fev 2024