Arcádia Lusitana

Essa é minha arcádia, meu mundo perfeito.

Arcádia Lusitana, casa antiga.
Lá descobri poetas e leitores.
Ri das piadas e sofri das dores
Que agora canto em límpida cantiga.

Triste pensar que já ninguém mais liga
Em ver teu viço de jardim sem flores.
As pétalas perderam suas cores;
Translúcidas se escondem pela urtiga.

Viraste um mero campo de pastagem.
Pessoas passam amassando a grama
Que os bois, mascando próximos, engolem.

Mas hei de renovar a tua imagem.
Pelo vento o pastor o gado chama.
Pelo vento te espalho um novo pólen.