Água

Gotículas de chuva na vidraça.
O vento leva e a chuva traz de volta.
Cada estrela cadente que se solta
Traz pra si o hálito febril que embaça.
Lentamente se limpa o turvo d'água.
Vão-se as nuvens do céu, a brisa fria,
Vai-se um gesto ante o vidro, tudo iria
Sem se sentir. Só não se vai a mágoa.
Poucas gotas crepitam no cimento.
As poças se dissolvem com o vento.