Soneto de Sentenças

Água, que algo há e não o nada — há vida.
Fogo, que existe em mutação — qual rio.
Ar, que se expande e junta — quente, frio.
Terra, que nunca a pó é reduzida

Em tudo é Deus a única medida.
O tecelão do espaço, fio a fio.
A linha é uma, nunca se partiu,
E esta linha com Ele está unida.

Verão, inverno; primavera, outono.
Há algo além de um apagão no sono
E quem não nota já se encontra enfermo.

E o que dizer a mais para expressá-Lo?
Recito um verso só diante esse ermo.
Nada responde ao som, e então me calo.