Intelecto

A bolha de sabão, pairando o ar,
Perfeita — espelha e gira o arco-íris,
Como um globo ocular sem córnea.
Tudo reflete e no meio é vazia.

A espuma, gota a gota, cai no chão
Conforme o círculo risonho desce.
A barriga se afunda até estourar.
Resta somente na imaginação

A forma que desaparece. E se
A mesma bolha de sabão persiste
Em seu pairar, e encolhe o estômago,

À memória se faz maior carícia:
Ela gira ao redor do cômodo
E deixa um culaccino na janela.