A alma penada de José Souza
Fechada a porta, aberta uma janela,
O sol castiga a casa na favela.
Como um cadáver esfolado, com
O torso curvo e a carne viva exposta,
A laje do barraco tem à mostra,
Entre o cal de osso velho, o mesmo tom
Sangüíneo lhe emanando um forte odor
Metálico e salgado. A cor vermelha
Excede o seu contorno e se assemelha
Aos tons que aurora tende a sobrepor.
Latrocinado, o dono ali se esconde.
Tens de morrer para saberes onde.
01 Fev 2024